" Carlos Drummond de Andrade tem um frase da qual gosto muito: “A dor é inevitável. O sofrimento é opcional”.
Não que seja, assim, tão fácil passar pelos reveses da vida com um sorriso colado no rosto, mas tenho a convicção plena de que isso depende muito mais de nós mesmos do que imaginamos.
E como a felicidade, enquanto estado de paz de consciência, só é dado àqueles que tem os olhos vidrados num horizonte maior do que o presente pode ser, e que se enxergam muito maiores do que a própria sombra, sou partidária de quem faz da própria dor algo que preste, e tira das ostras as pérolas escondidas para tentar melhorar a própria situação e a de quem possa estar à volta.
Esse, certamente, é o caso de pessoas que você e eu conhecemos, pessoas famosas ou não, artistas da vida ou da morte, e minha salva de palmas vai para eles. Para todos aqueles que transformam o próprio sofrimento em doação, e sobrevoam as paixões mundanas sem deixar de tocar nelas, mas com uma profunda necessidade de ver o sol.
Recentemente, uma ideia saiu de um coração sofrido por uma dor de amor e ganhou o mundo, e está chamando a atenção dos criativos do país. Uma menina, um belo dia em que estava a chorar por um amor que se foi, perguntou à mãe:
- Quanto tempo dura uma fossa?
Ao que a mãe respondeu:
- Uns seis meses!
Ela não teve dúvidas, para cada dia destes seis meses, a menina está criando cartazes para sair da fossa, com inscrições lindas retiradas das canções populares que todos nós ouvimos quando estamos, assim, num momento meio gris. O link para acompanhar o trabalho, que está ganhando a mídia antenada do país, é este:
Então aqui vai meu “salve” a essa gente colorida, que retira da dor algo muito maior, e suplanta a própria tristeza com um projeto de vida e continuidade, pois sabe que após a tempestade, sempre, mas sempre mesmo, vem a bonança ",
( Texto de Mariana Collares )
Concordo com a frase do Drummond.
ResponderExcluirBoa leitura desse texto.
Ótimo final de semana.